10 mitos comuns que minam o emagrecimento definitivo

Emagrecer é um processo que demanda força de vontade e disposição. Esses atributos, no entanto, não servem apenas para conseguir chegar ao ponto ideal da balança, mas também para contornar ideias equivocadas que costumam barrar esse progresso rumo ao corpo saudável.

Michelle Franzoni, fisioterapeuta e blogueira de fitness mais conhecida como Mimis, sabe bem quais são esses pensamentos. Depois de passar muito tempo sofrendo com o efeito sanfona e de um período de três anos de obesidade, ela conseguiu emagrecer 33 quilos em 10 meses, e hoje, aos 36 anos, mantém o peso e uma imagem de pura saúde.

Na época em que lutava para enxugar as gorduras em excesso, ela encarou os mitos que rodeiam o emagrecimento e suas consequências, assim como a maioria dos que desejam ter um corpo magro. Em entrevista dada a EXAME.com, Mimis indicou quais são essas crenças.

Mito: após conseguir emagrecer, todo voltar a comer como antes

“Esse é o maior mito ligado a dietas”, afirma a blogueira. Mas o sonho de poder voltar à rotina normal depois de perder os quilos extras não passa de ilusão, segundo ela. Sem querer desanimar ninguém, Mimis diz que é preciso manter hábitos saudáveis e uma dieta equilibrada para conseguir manter a conquista.

Isso significa que é possível comer de tudo, mas as quantidades não poderão ser as mesmas consumidas nos tempos de excesso de peso. Do contrário, o risco de voltar à estaca zero é alto.

Mito: comida é um bom consolo nos momentos difíceis

Que atire a primeira pedra aquele que nunca quis comer um chocolate (ou sua guloseima favorita) depois de um dia difícil. Recorrer à comida em um momento de tristeza ou cansaço é muito comum, mas isso não faz desse hábito algo necessariamente bom.

Apesar de representar um alívio instantâneo, descontar os problemas na comida pode engordar e causar outros problemas. Estudo recente do National Institutes of Health, nos Estados Unidos, mostrou, por exemplo, que o excesso de açúcar e de carboidratos pode intensificar a depressão.

Se alguém deprimido recorre ao doce para se acalmar, essa atitude trará muito mais prejuízo do que benefícios com o prazer momentâneo, gerando um círculo vicioso. Antes de iniciar a guinada em sua vida, Mimis passou por problemas pessoais que a levaram a um quadro depressivo, mas, em vez de buscar consolo na geladeira, procurou um psicólogo, que a ajudou a enfrentar tudo sem recorrer à gula.

Mito: gordinhos não podem fazer musculação

Já é conhecimento geral que as atividades físicas são parte essencial do processo de emagrecimento, mas ainda há mito em torno da prática de musculação para esse fim. A razão para essa confusão está na ideia equivocada de que “puxar ferro” engorda.

Esse erro surgiu pelo fato de que é possível que o peso corporal aumente com a atividade, já que musculação proporciona o aumento de massa magra (músculos), mais pesada do que gordura. No entanto, como essa atividade acelera o metabolismo, ela ajuda também a acabar com a gordura, sem falar no combate à flacidez.
Mito: após emagrecer, é possível voltar a comer como antes © Christy Thompson / Stock Xchng Mito: após emagrecer, é possível voltar a comer como antes

“Existe também a ideia de que academia não é lugar de gordinho, por ter pessoas com corpo bonito e ter espelhos para todos os lados. Eu, antes, sentia muita vergonha quando ia para a academia. É difícil, mas é necessário”, afirma Mimis.

Mito: quem está de dieta não deve comer alimentos com glúten ou lactose

Frequentemente aparece uma nova orientação sobre o que pode e o que não pode ser consumido por quem deseja emagrecer. Os vilões da moda, segundo Mimis, são o glúten e a lactose, demonizados por muita gente, mas que não apresentam risco a quem não tem intolerância.

Ela garante que não deixou de consumir alimentos com esses componentes durante os 10 meses em que perdeu mais de 30 quilos e que sua proeza se deveu à reeducação alimentar e aos exercícios.

Mito: carboidrato engorda

Essa ideia muito difundida entre os seguidores de dietas como a da proteína não passa de mito, segundo Mimis. Os carboidratos são a fonte de energia de que o corpo precisa para funcionar bem e não se deve cortar radicalmente. “Há estratégias para reduzir o carboidrato, mas ele não é um vilão”, afirma.

Em uma dieta, o mais indicado é dar prioridade aos complexos em detrimento dos simples, já que os primeiros liberam energia mais lentamente e contribuem mais para a saciedade.

Mito: existem alimentos que emagrecem

“Não existe alimento que emagrece, mas ele em si não emagrece. O alimento pode ter características que ajuda, mas não adianta comer só aquilo”, diz a blogueira. Sua crítica principal está na ideia de que basta consumir um determinado tipo de ingrediente que os problemas estarão solucionados.

No emagrecimento, para ela, não há alimento milagroso, mas sim uma dieta com exercícios e boas escolhas.

Mito: emagrecer depois dos 30 anos é impossível

A especialista é a prova viva de que a idade não é determinante para o fracasso ou sucesso de alguém nessa empreitada. Mimis reconhece que perder peso depois de determinada faixa etária pode ser mais difícil, já que o metabolismo reduz seu ritmo e a função hormonal é alterada com o tempo. No entanto, isso não significa que a perda dos quilos a mais será frustrada exclusivamente por este fator.

Mito: dieta é coisa de rico

Na tentativa de justificar sua dificuldade em fazer dieta, há pessoas que alegam ser caro demais adotar uma alimentação saudável. Para a blogueira, isso não passa de desculpa, já que é possível ter uma boa alimentação adotando substituições mais baratas, se as receitas tiverem algum ingrediente mais caro.

“Conheço histórias de pessoas que estavam desempregadas e emagreceram fazendo exercício na rua. Se não tiver como procurar uma nutricionista, existem blogs e as redes sociais para se informar”, diz.

Mito: é preciso cortar toda a gordura do cardápio

A palavra “gordura” pode até assustar, mas não precisa ser totalmente abolida do vocabulário e do cardápio de quem está de dieta. Existem alimentos ricos em gordura boa para o organismo, presente no azeite, nas castanhas e peixes como o salmão, por exemplo, que auxiliam na redução dos níveis de colesterol ruim do sangue. Isso, claro, não significa que o consumo deve ser descontrolado, para não causar problemas de saúde.

Mito: tudo que é light ou diet emagrece

“Cuidado com as pegadinhas da indústria”, alerta Mimis. Ao associar as palavras “light” e “diet” de diversos alimentos, pessoas podem jogar seu esforço de perder peso pelo ralo, pois nem tudo que tem esse rótulo faz bem ou emagrece. No final de tudo, o segredo está no controle de quantidades e de calorias, até mesmo daquilo que parece mais saudável.

Fonte: Exame

Sobre o autor

Edgar Oliveira

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